SUS aprimora capacidade de armazenamento de plasma em 30%

O Sistema Único de Saúde (SUS) anunciou uma expansão de 30% na capacidade de armazenamento de plasma sanguíneo. A revelação foi feita pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Hemorio, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (28). A iniciativa se concretiza com a compra de 604 equipamentos de alta tecnologia, que serão instalados até o primeiro trimestre do próximo ano.

Segundo Padilha, essa aquisição será responsável por uma economia de 260 milhões de reais anualmente, ao diminuir a dependência de importações de medicamentos. Ele ressaltou que o Brasil anteriormente não produzia os fatores derivados do plasma, resultando em insegurança para pacientes que necessitam desses produtos.

Medicamentos essenciais

O plasma sanguíneo, por sua vez, transforma-se em fármacos críticos no tratamento de condições como hemofilia e doenças imunológicas, além de ser crucial em cirurgias complexas. O ministro também destacou a crescente utilização das imunoglobulinas, não só para doenças infecciosas, mas também para outras condições de saúde.

“Cada vez mais, as imunoglobulinas são utilizadas para um amplo espectro de doenças, incluindo as hiperimunes”, afirmou o ministro.

O investimento para potencializar a produção foi de 116 milhões de reais, oriundos do Novo PAC Saúde. A expectativa do Ministério da Saúde é de que 125 unidades de hemoterapia em 22 estados sejam beneficiadas.

500 mil litros por ano

Foram adquiridos blast-freezers, ultrafreezers e freezers que ainda eram ausentes na rede pública. O governo prevê que a nova planta da Hemobrás, aberta este ano, atinja sua full capacity, processando até 500 mil litros de plasma anualmente.

Nos últimos três anos, a quantidade de plasma disponibilizada pela rede pública aumentou 288%, com o estoque subindo para 242,1 mil litros.

Durante o evento, Padilha destacou a Hemobrás como a maior fábrica de hemoderivados da América Latina, obra desenvolvida pelo governo brasileiro.

Doação

A divulgação do aumento na capacidade de armazenamento coincide com a Semana Nacional do Doador de Sangue. Em 2024, mais de 3,3 milhões de bolsas foram coletadas, representando 1,6% da população brasileira. Contudo, apenas 13% do plasma recolhido é utilizado diretamente em transfusões, mostrando o potencial para aproveitar 87% em produtos derivados.